Nunca mais.
Ela acorda e olha para o lado. Mais uma "daquelas noites" em que ela exagerou na dose e acabou levando uma pessoa qualquer pra cama. Sua cabeça ainda doía e seu estômago lhe dava a sensação de estar numa montanha russa.
Joanne não quis saber quem era, nem se era homem ou mulher, tinha medo que fosse mais um gordo seboso ou uma velha ninfomaníaca que pudesse atormentá-la querendo mais que um caso de uma noite só. Se levantou e foi em direção ao banheiro tomar um banho frio e tentar lembrar de alguma coisa. 20 minutos depois de ficar sentada no chão debaixo do chuveiro, vestiu uma calça jeans e camiseta e foi fumar um cigarro na janela do quarto ainda bagunçado. Ouviu uma porta se fechar e olhou em volta do quarto. Cama vazia, bolsa jogada no chão com seus pertences espalhados, inclusive uma carteira aberta e vazia. Sua carteira.
-Filho da puta!
Joanne desceu os 5 andares correndo de uma maneira que a lembrou de "Corra, Lola, Corra."
-Isso não é hora pra lembrar de uma coisa dessas. Vai atrás do filho da mãe! Ou seria ela?- Pensou.
Ao chegar no lobby do prédio, viu um vulto correndo e dando uma última olhada em sua direção. Culpado encontrado. Um rapaz aparentando uns vinte e poucos anos, estatura mediana e cabelos curtos crespos saía em disparada pelas ruas enquanto uma garota de cabelos castanhos o alcançava rapidamente.
Joanne não era feia, mas não era das mais bonitas. Foi esportista por um tempo até decidir jogar tudo pro alto, mas o preparo físico e sua disposição (e o belo corpo) ainda continuavam, o que era uma vantagem e um problema ao mesmo tempo, já que desde que decidiu aproveitar a vida e morar sozinha, começou a sair e beber descontroladamente, o que fazia com que tivesse muitos parceiros sexuais, de ambos os sexos e dos mais variados tipos, no bom e no mal sentido.
Com um chute nas costas o rapaz vai ao chão, mal se levanta e é atingido por um soco e levantado pelo colarinho, ficando totalmente sem reação. -Desgraçado! Entra na minha casa, dorme na minha cama e ainda faz isso! Tá pensando que é quem, moleque? Acha que só porque sou mulher vai sair assim na moral?
Mais três socos e o rapaz cai no chão, um pontapé no estômago e Joanne pega seu dinheiro do bolso do rapaz e segue de volta pra sua casa. Chegando lá, acende um cigarro, liga o aparelho de som, vai até a janela e enquanto cantarola Janis Joplin pensa sobre tudo que a levou a este estado.
Havia uns 5 anos, fora desiludida em todos os sentidos, tinha tentado suicídio depois de ter sido humilhada quando seu até então namorado caçoou e traiu-a com uma de suas amigas. Soube depois que a traição já durava pouco mais de um mês e todos os amigos de confiança de Joanne sabiam, mas preferiam não falar pois eram cúmplices do caso. Dois dias antes, seus pais haviam brigado e seu irmão mais velho fora agredido por seu pai, quando tentava defender sua mãe de um tapa. Ao final da discussão, seu pai saiu de carro de cabeça quente e bateu seu carro contra um caminhão. Sua mãe começou a se drogar e seu irmão era o único com quem podia contar agora.
1 ano depois, sua vida havia entrado nos eixos, com sua mãe numa clínica de reabilitação, seu irmão fazendo faculdade e cuidando da mãe, chegara a vez de Joanne passar a ser universitária. Estudou e passou em jornalismo numa universidade federal. Estava tão bitolada nesses últimos tempos que não tinha mais tempo para si, nem mesmo para dormir. Um dia num acesso de loucura disse: -Nunca mais - e se tornou na Joanne que não se importava com nada.
Hoje, pensava novamente em tudo que passou e decidiu mudar novamente, deixar de ser tão largada e voltar a se valorizar. Mais uma vez, disse: -Nunca mais.
Terminou seu cigarro e foi tomar café da manhã.
10 comments:
Tirando ser roubada, fazer faculdade de Jornalismo e andar meio bitolada, o resto nada a ver
hahaha! Gostei!
Boa gurí!
hahaha. consegui sentir um senso de humor. embora pequeno, estimulou-me a continuar lendo!
:))
"tinha medo que fosse mais um gordo seboso ou uma velha ninfomaníaca"
XD viva os velhos stalkers..
anyway..as vezes eu acordo sem saber o que fiz o.ô ou em camas diferentes
mesmo não bebendo, não me drogando ou afins o.o'
felizmente tudo o que me resta é saber justamente o que eu não fiz.
:x
Gostei!
[Embora um tanto trágico, mas não muito diferente dos demais]
^^
TE AMO!
;@~
* putz.. como meu namorado escreve bem, né?! o_O
Quando eu crescer quero ser igual ele! o/
pessoas bizarras comentando acima o.0
já tô viciado nisso!
Ah, mas eu tava pensando: não curti o final
E aí, Edgar?
ficou muito tezão essa história!
oi!Eu pesquisava e pesquisava cansado de andar a procura de formas de ganhar dinheiro online ate que descobri um local para ganhar cash sem arriscar para jogar poker,gosteimuito!
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Bye Bye
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