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18.5.07

Edna.

Edna trabalhava como operadora de máquina de sorvete numa loja de conveniência. Sim, operadora de máquina de sorvete. Era algo que lhe causava vergonha diante dos amigos e da família, mas infelizmente (ou seria felizmente?) era seu ganha pão e ela não podia abrir mão de um emprego estável, já que sabia mexer na máquina de sorvete como ninguém, pois os operadores anteriores estragavam a máquina todo mês e não se preocupavam em entendê-la.
Já havia mais de dois anos que trabalhava na loja e sempre conhecia o tipos mais variados de gente. Ainda tinha medo, mas sempre dava risada quando se lembrava do assaltante que tentou fugir pela janela do banheiro e ficou com o pé entalado na privada. Haviam também os casais apaixonados que tomavam seu sorvete se entreolhando com carinho, os senhores de idade que observavam fascinados seus netos, imaginando como era incrível sua filha que carregara no colo já ter um filho, enquanto a criança corria pela loja pedindo doces e salgados para o avô. Certas situações lhe deixavam um pouco deprimida, por ser solteira em seus 35 anos e sua família morar longe. Edna sempre analisara como as pessoas tratavam umas às outras e inclusive ela.
Há muito já vinha observando que o cliente, trata o funcionário como uma máquina, como se não houvesse exatamente um rosto, mas sim um banco de informações. Salvo claro, por poucas exceções que buscavam ser gentis ou apenas uma curta e prazerosa conversa, talvez por serem tão solitários quanto ela.
Depois de quatro anos trabalhando na loja. Edna decidiu escrever um livro sobre suas divagações observando as pessoas. Não quis publicá-lo a princípio, pois seria apenas algo para realização pessoal, mas devido aos elogios e insistência de uma amiga estudante de psicologia, acabou publicando-o. Hoje Edna é uma escritora conhecida e viaja pelo mundo fazendo palestras sobre comportamento humano no treinamento de grandes redes de lojas.

4 comments:

 Carnissa said...

pau no cu dessa Edna. Vai vende sorvete sua vadia. (espero que a história não seja real e muito menos que ela seja sua parente)

Anonymous said...

Epa...eu tambem sou escritor mas nao sou conhecido ....

Anonymous said...

que boom, uma história sem mortees!
*_* hahahaha

Ficou legaal

;@~

Anonymous said...

bem interessante essa história.
concordo plenamente com a parte:
"Há muito já vinha observando que o cliente, trata o funcionário como uma máquina, como se não houvesse exatamente um rosto, mas sim um banco de informações."
mas não são só os clientes que traram os funcionários assim, os próprios patrões tratam seus funcionários dessa forma, se não eles não seriam tão facilmente substituiveis por eles.